1 Este trabalho
começou com circunstâncias que resolveram parte dos problemas que o projeto de
arquitetura gosta de tratar. Refiro-me à escolha do melhor local no terreno disponível
para inserção da casa, nomeadamente no que refere à orientação solar, plataformas
existentes, relação com a envolvente próxima e com a paisagem.
_Estava também
definida a implantação, a configuração base em planta e correspondente área bem
como, a volumetria possível. Tudo isto porque, instalado sensivelmente na cota
mais alta do terreno, um velho edifício que se apresenta em péssimas condições
de conservação e sem reconhecíveis qualidades arquitetónicas o determina. A terreno
orientada a nascente – à serra do Marão - com um declive acentuado e já
configurada em socalcos, está incluída na Reserva Ecológica Nacional (REN).
_Trabalhamos com
todas estas circunstâncias, pois constituíam precedências admitidas pela regulamentação
da REN.
_Não precisamos de
boa parte do espaço interior existente em rés-do-chão (-1) e que habitualmente,
nestas casas de campo se destinava à guarda de animais e adega. Por isso ‘levantamos’
o edifício de modo a produzir um ‘coberto’ de relação direta com o maior socalco
existente. Uma espécie de sala de sombra sobre a paisagem.
_No piso 0 mantem-se
a entrada principal da casa, coincidente com o socalco existente que á semelhança
do que acontecia na edificação preexistente, dá acesso à sala de estar/cozinha
e espaços de apoio e ao piso -1. No piso 1 colocaram-se os três quartos e
necessários serviços.
_O edifício foi
envolvido com um sistema de isolamento térmico dimensionado para a amplitude climática
do local bem como, os vãos de vidro de modo a minimizar os custos com a
climatização da habitação.
2 Com estas e
outras contingências designou-se esta casa, tanto quanto possível, próxima da
contemporaneidade que nos vai interessando.