A área de
intervenção espera desenho. O problema a resolver pareceu-nos ser de ‘paisagem urbana’,
num ambiente que poderemos considerar como o ‘centro da cidade’ com os valores
formais/funcionais e simbólicos, sempre implícitos.
_Disponíveis para ser
interpretados estão – a amplitude de vistas a poente sobre a foz do rio, o
edifício das piscinas no lado sul, no lado norte a marina e um velho edifício
do Instituto de Socorros a Náufragos e, a este, o conjunto
edificado/alameda/igreja matriz que é intercetado pela avenida marginal. A área
de intervenção como um ‘espaço aberto’ é já uma evidência que de fato carece de
um desenho-âncora estabilizador das diversas circunstâncias urbanas
envolventes.
_O subsolo desta
região é xistoso, segundo estudos realizados por especialistas em geotecnia da
Autarquia.
_Nestas condições
e sem um programa preliminar específico, a proposta procura esclarecer a
qualidade desse ‘espaço aberto’ aconchegando-o com um edifício de um piso colocado
no seu lado norte e que ‘distende’ o alinhamento do edificado do mesmo lado da
alameda referida, até ao posto de socorro a náufragos, referência
socio-imagética local, a preservar. Este novo edifício (área comercial de apoio
à marina existente) protege dos ventos norte o espaço central do largo que, em
conjunto com o edifício das piscinas, configura a alameda no seu todo. O seu alçado
ao largo poderá ser utilizado, se assim o desejarem, como um ou dois ‘écrans’.
_O chão do largo
será desenhado fundamentalmente por uma plataforma/palco/banco de forma
quadrangular elevada 45cm relativamente à cota de base do espaço público
envolvente e construído com xisto de cor verde/negro local. No perímetro desse
quadrilátero colocar-se-á uma linha de luz que enfatize essa geometria e
ilumine, sem excessos, o ambiente noturno de beira-rio. Um pequeno bosque de
pinheiros bravos será plantado a sul de modo reduzir a escala do edifício das
piscinas.