Coordenação: Arquiteta Ana Valente. Equipa: David J. Neto, Maria José Pinto, Mario S. Pinto, Ilídio A, Ramos, Manuel S. Sequeira, A. Rodrigues Gomes, Raul V. Cabral, Fernando C.Lopes.
(texto
extraído do Anexo I - Programa Preliminar do Processo de Concurso,
1992)
“ (1.2) A
totalidade dos terrenos objeto de concurso é superior a 60ha, e corresponde a 4 zonas distintas: a)quinta da Torre (onde
está sediada a FCT); b)os terrenos a sul (C. F. Uninova); c)os terrenos a
norte (poente), sem qualquer compromisso; d)os terrenos a nascente da C M
Almada (para instalação de um P.C.T.).
_ Não é
possível hoje em dia prever com algum rigor o futuro desenvolvimento da U.N.L..
Assim, um objetivo deste concurso é preparar o Campus, definindo zonas ou lotes
com determinadas finalidades e construir todas as infraestruturas principais. Evitar-se-á
a expansão casuística e desordenada. Deverá ainda prever-se o desenvolvimento
faseado nos vários edifícios, dadas as dificuldades de assegurar os
financiamentos na globalidade.
(2.5) Para
uma população total de 9400 pessoas (alunos, professores e pessoal de apoio
técnico e serviços) prevê-se uma área bruta de construção da ordem dos 90 a 120
mil m2 (expansão e existente) que inclui áreas de equipamentos, residenciais, (docentes,
alunos, pessoal de apoio, num total de 6100 residentes maioritariamente
temporários), desportivas e de lazer.
(2.6) As
equipas projetistas determinarão, após os seus estudos e apresentarão a devida
justificação, quais as áreas do Campus que de verão manter-se como Reserva Ecologia,
(estima-se uma área na ordem dos 6ha) tomando, pelo menos, por base o
determinado na legislação em vigor.
(2.8) O
Parque de Ciências e Tecnologia deverá funcionar como um dos interfaces entre a
Universidade e os centros urbanos adjacentes, conferindo-lhe a urbanidade
suficiente e oferecer condições de alocação para pequena industria. “
_A interpretação de circunstâncias encontradas na
paisagem e características físicas e morfológicas visíveis no terreno foram fundamentais
no desenvolvimento das propostas que apresentamos bem como, as previsões da Câmara
Municipal de Almada para a transformação dos terrenos envolventes, nomeadamente
no que refere o Plano Diretor Municipal.
_A proposta assenta na criação de uma malha interna, o mais adequada possível
morfologia do terreno e simultaneamente procura dar expressão ao sistema de
percursos existentes, assegurando deste modo continuidades paisagísticas e funcionais.
_Uma depressão existente no terreno (a sul da atual
FCT) permitiu o desenho de uma praça
que chama a si boa parte da complexidade funcional do Campus e se assume como espaço
de maior representatividade da área universitária.
_Com origem nesta praça desenha-se uma alameda que privilegia a circulação
pedonal e constitui o eixo que interliga ao sector norte onde se localizam o
centro académico e a reserva paisagística, para depois se prolongar ao longo de
um percurso arborizado existente que se dilui num pequeno núcleo urbano pré-existente.
_No sector norte do Campus Universitário e entre as
plataformas existentes que destinamos ao P.C.T. e à zona residencial/desportiva
encontramos terrenos declivosos pouco propícios a uma ocupação sistemática que,
integrarão por isso, o conjunto destinado a Reserva Paisagística.
_Lisboa, o rio Tejo e respetivas margens tomadas
como referência paisagística e o estudo de perspetivas amplas nessa direção
estruturaram a organização dos volumes propostos para esta zona a norte com a
necessária contenção perante os vigorosos talvegues existentes.