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069_Praça de Lisboa_concurso  de ideias NR-GS_proposta selecionada

2011 / 2011

Cidade do Porto

1 Breve manifesto pelo espaço público da cidade, no sentido mais clássico que for possível defender.
_Este espaço é há muito pertença do lugar e a cidade precisa dele público.
_O espaço público não tem programa, não é criativo. O seu desenho deve apresentar-se apenas consistente e disponível para acolher as pessoas e eventos de diversa origem, com caráter mais, ou menos efémero, ao sol, à sombra e à chuva ou, permanecer apenas aberto às contemplações.
_É ao edificado existente na envolvente que cabe a responsabilidade de um preencher vasto conjunto de funções urbanas, estas sim, devem ser densificadas com a reabilitação dos respetivos edifícios que são de propriedade privada.

2 Nesta hipótese de reflexão sobre o espaço público da cidade ou, de um modo mais expandido, sobre a noção de paisagem urbana, exploramos as noções de apropriação/transformação de memórias afetivas – virtuais e/ou reais, que pairam pelo sítio e que tentaremos colocar em relação com as circunstâncias urbanas/plásticas envolventes.
_A ruina atual produz um ‘vazio’ (sobre o parque de estacionamento) que encaminha o seu redesenho para um espaço aberto - palco a partir do qual se vê e se é visto - envolvido pelos potentes quarteirões/edifício existentes. Estes também o desenham num continuum espacial/material de carácter ‘mineral’ em contraponto com a densa atmosfera ‘vegetal’ do jardim da Cordoaria. Pontuam este triangulo um pequeno coberto ‘dourado’ (paragem para autocarros) e uma escadaria granítica para Nicolau Nasoni. Não se desenham ‘portas’ nem evocações de aléns históricos.
_Este terreiro deverá ser solenemente revestido com mármore branco com acabamento a pico grosso.
_O anjo poderá regressar quando quiser e na forma que lhe apetecer. Assim, da ex-praça do Anjo/S. Filipe de Nery, passando pela de ex-Lisboa chegamos a um terreiro e novamente do anjo. Pode ser praça uma vez por semana.

“O passado nunca renasce. Mas também nunca desaparece completamente. E alguma coisa que tenha já existido reaparece sob uma forma nova, que presentemente se procura num todo”,
Alvar AAlto, in Pintores e Pedreiros, 1921.

Append