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026_Plano de Pormenor do Rossio, SG_concurso público, 1º lugar_projeto em curso

2004 / -

Cidade de Amarante

1 Este ‘plano de pormenor’ reflete sobre uma área de intervenção de 14 hectares com uma topografia de encosta, prado e vinha, entre o centro histórico da cidade na cota alta e a margem norte do rio Tâmega, inclui o lugar da Torre e todo o edificado do lado sul da rua de Cândido dos Reis.
_A área em causa inscreve-se em áreas eco-culturais sensíveis e expressa circunstâncias, hesitações, erros e dificuldades diversas de urbanização em terrenos declivosos e com estruturas fundiárias/cadastrais progressivamente ‘estilhaçadas’. Estes problemas em conjunto com os de carater socioeconómico e cultural, densificados ao longo do tempo, não contribuíram para a construção da desejada ‘boa forma da cidade’ (KL1981). Contudo, a paisagem – natural e artificial - existente possui um elevado e consensual valor de conjunto, o qual deve ser preservado e qualificado. Este objetivo global está em linha com o que propusemos em fase concurso – aproximar, com urbanidade, a cidade (centro histórico) do seu rio. Neste contexto relevamos a atenção a dar ao frágil espaço público existente, aos alçados de tardoz dos edifícios existentes à cota alta (estes foram, ao tempo e na sua maioria, designados para constituir interiores de quarteirão), ao casario com moinhos de água do lugar da Torre, ao prado e á quinta dos Morleiros.
2 Após um reconhecimento multidisciplinar mais detalhado do território, pareceu-nos que as propostas de intervenção deveriam redesenhar e/ou desenhar: _um sistema de espaços públicos com base na circulação pedonal (partilhado quando necessário com velocípedes e/ou viaturas motorizadas de apoio) articulada com os espaços de estadia/recreio em diversas escalas e para diversas apropriações ao longo do ano; _pontes com a margem sul (com o parque florestal e o futuro teatro) de modo aproximar e tornar aprazíveis as duas margens e intensificar a urbanidade em volta do rio potenciando os magníficos valores naturais disponíveis; _as normativas estritamente necessárias para desenvolver a reabilitação e/ou construção nova de edifícios com o objetivo de, na medida do possível, compor com o apoio dos logradouros existentes e do espaço público proposto, a ‘frente urbana’ sul da cidade; _os contributos para dinamizar as funções urbanas clássicas – habitação/comercio/serviços, atualmente em perda e uma vez que estas trazem as outras e mais pessoas, o que é bom para a cidade.
_O estudo procura estimular o aproveitamento/manutenção/reabilitação do que neste momento se considera com valor cultural - paisagístico/arquitetónico. Destacamos ainda o esforço realizado para a ‘conquista’ de um espaço predominantemente de carater vegetal que, física e paisagisticamente poderemos afirmar já existir e que venha a constituir o Parque Ribeirinho da cidade. Às propostas apresentadas correspondem resoluções diferenciadas em função suas circunstâncias e em articulação com as oportunidades e dinâmicas económicas/culturais que ao longo do tempo se manifestarem.
_Este plano é desde o seu início um trabalho coletivo, condição que, em nosso entender, deverá continuar a desenvolver-se ao longo da sua vigência na procura de equilíbrios entre os interesses públicos e privados. 

Append