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070_Cine-Teatro Amarante, reabilitação_concurso público, 11ºlugar

2011 / 2011

Cidade de Amarante

Simpósio Internacional de Arquitetura-espaço e ilusão, Teatros, arquitetura e património na Península Ibérica – painel ‘Territórios e programas I’, TNSC, Lisboa, 2013

1  Brook falava muito sobre o rigor e sobre encontrar o «ser justo», … ele obrigava-nos a redescobrir, a esvaziar, a limpar, a lavar - para permitir a criação. O espaço vazio é mais do que um espaço cénico: é um espaço interior.’ João Mota, in O espaço vazio, de Peter Brook, 1969. Ed. Orfeu Negro.
_Pretende-se que estes equipamentos - espaços com elevados níveis de complexidade técnica (em especial acústica e vibrações)/multifuncional e frequentados por públicos e criadores - correspondam com elevados níveis de sustentabilidade na exploração/manutenção da sala de espetáculos de 500 lugares com fosso de orquestra, sub-palco e teia, sala de ensaios, camarins, gabinetes, oficinas e outras valências de apoia á produção residente ou não, foyer, café/restaurante e instalações sanitárias.
_A partir das premissas referidas, exploram-se neste caso três dimensões do projeto que nos parecem evidentes: a da paisagem envolvente; a do(s) programa(s) e a da arquitetura que, envolvem um edifício preexistente – o Amarante Cine-teatro, no que dele foi designado para permanecer e corresponderá essencialmente à zona de foyers e restaurante. Esta área continuará a ser a imaginável memória do Cine-teatro. As intervenções a realizar nesta parte do edifício devem observar as cartas e recomendações internacionais sobre as ações em património com valor cultural.
_De referir ainda que, boa parte do edifício correspondente ao que terá sido a versão original - sala de espetáculos e espaços de apoio, foi ao longo do tempo profundamente desqualificado com ampliações e alterações incoerentes entre si, excessivas e de péssima qualidade construtiva. De cine-teatro passou a centro comercial, discoteca e escritório de empresa de construção civil que, terão tido inclusive, épocas de simultaneidade de uso. Com exceção da zona de foyer, que é reabilitável, o restante edifício não possui interesse disciplinar ou outro e não é reutilizável face à irreversibilidade das intervenções ocorridas e às exigências legais e programáticas atuais.
_O redesenho que experimentamos apropria-se parcialmente da matriz estrutural do edifício existente e a recomposição espacial resultante articula programa preliminar e composição arquitetónica. As valências fulcrais – sala de espetáculos/palco, conjuntam-se num único ‘espaço interior’. O volume adossado na retaguarda do edifício faz a transição de escala com os socalcos a sul e acolhe a sala de ensaios e os diversos espaços de serviço e apoio.
_O acabamento das faces exteriores dos novos volumes do equipamento ‘apropria-se’ das colorações da ‘massa’ vegetal envolvente. A fusão da sala de espetáculos com o palco e a teia, permitirá como desejado por estas artes de palco, num ambiente negro mate ou dourado uma afável relação de públicos e criadores.

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